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MELHORES FILMES: 2011


(1) Os Muppets: porque não há nada melhor do que chorar no cinema por saber que as novas gerações têm a oportunidade de venerar aqueles mesmos marionetes (nada de "adaptados para os dias atuais") da mesma forma que você já venerou na sua infância. Também vale chorar ao relembrar aquela cena onde eles saem do teatro, após o show, e reencontram o estrelato. Metalinguagem pura!


(2) A Pele que Habito: porque tem um plot twist es-pe-ta-cu-lar. Somente um degenerado como Almodóvar seria capaz de fazer algo tão perturbador, tão verossímil e com uma cena final que te faz ficar no cinema em estado de choque enquanto os créditos finais rolam soltos.


(3) Reencontrando a Felicidade: porque é um filme que, como uma bela flor, vai se desabrochando aos poucos. Primeiro, você sabe que algo aconteceu. Depois, descobre o que é esse "algo". Mais para frente, entra em cena quem fez o "algo" e por aí vai, até que você finalmente vê o "algo" acontecer que mudou completamente a vida daquelas três pessoas. John Cameron Mitchell definitivamente entrou para o time dos grandes.


(4) Além da Vida: Clint é como o vinho, melhora a cada ano. Fiquei extremamente tocado pelo seu tratado sobre o que acontece no "depois daqui". Seus três personagens são pessoas comuns que, de uma forma ou de outra, tiveram (ou têm) contato pessoal com a morte, mas que continuam aqui, estudando-a, convivendo com ela ou tentando simplesmente tocar a vida para frente.


(5) X-Men: Primeira Classe: confesso que esperava algo muito pior (um típico filme voltado para os adolescentes acéfalos de hoje), mas além do debate entre a convivência pacífica ou partir para o ataque, houve aquela cena dos mísseis na baía. Lembra muito os dois X-Men dirigidos por Bryan Singer, mas é  melhor que ambos.


(6) Cópia Fiel: o que é real e o que é a imitação? Quando um sentimento é verdadeiro e quando tudo não passa de uma grande encenação?


(7) Homens e Deuses: eles poderiam simplesmente sair do país quando o conflito começou, mas assim trairiam seus próprios princípios. Então, aquele grupo de padres resolveu ficar e eles pagaram com a própria vida pela manutenção de seus ideais.


(8) Poesia: enquanto aquela avó luta contra o horror de sua triste realidade, com o neto responsável pelo estupro de um jovem que acaba se suicidando e o diagnóstico de que sofre de Alzheimer, ela precisa se desligar de tudo isso para poder ver alguma beleza no mundo a fim de poder escrever sua poesia.


(9) O Primeiro que Disse: seja o que você quiser ser e que se dane "a tradição e os bons costumes" e o que os seus pais querem que você seja.


(10) Meia-Noite em Paris: apesar de gostar de muitos de seus filmes, tenho problemas com o alter-ego neurótico de Woody Allen. Felizmente a surrealidade da história me fez esquecê-lo por completo. Além do mais, se passa em Paris! E na Belle Époque!!! Além da comédia, vale o questionamento: até que ponto a vida era "melhor" no passado que você já conhece do que no presente que você está descobrindo dia a dia?


(11) Bravura Indômita: não vi o original e não gosto de faroestes, mas sou fã incondicional dos Coen e, mais uma vez, eles não me decepcionaram. Quem sabe agora eu não me interesse por outros westerns?


(12) Um Lugar Qualquer: fiquei um pouco decepcionado com esse filme, confesso. Há outros parecidos, mas são apenas parecidos. Sofia Coppola, apesar de péssima atriz, é uma ótima diretora e sua sensibilidade está presente em todos os filmes, o que torna impossível não se apaixonar pelos seus personagens e seus dramas.


(13) Cisne Negro: há dramas psicológicos melhores no mercado, mas a história da bailarina Nina me perturbou. Sou fã de Aronofsky e de Natalie Portman e, apesar de todo o incenso que jogarem encima do filme, é um bom tratado sobre a loucura daqueles que perdem a noção de realidade quando ficam sobre muita pressão.



(14) Como Esquecer: como recomeçar após mais de uma década ao lado de alguém?



(15) Melancolia: apesar de Lars Von Trier colocar um trio elétrico no meio da sala, um ótimo filme para questionarmos a finitude de nossas patéticas existências e a racionalidade que vem após o desapego.

(menção honrosa) Missão: Madrinha de Casamento: não dava nada pelo filme, até que vieram as críticas favoráveis. Fui conferi-lo e não me arrependo. Uma ótima "dramédia". Sim, há os momentos de comédia pastelão, mas há momentos em que o drama corre solto. Quem disse que vida de mulher é fácil? 

(+ 6 fora do cinema)
Cidade dos Sonhos: um Lynch é sempre um Lynch, principalmente quando você finalmente descobre qual parte é o sonho e qual parte é a realidade (juro que pensava que era o contrário).
Contato: um maravilhoso salto de fé rumo à verdade, que realmente está lá fora.
Dzi Croquettes: vi pela primeira vez e fiquei com um misto de encantamento e melancolia por algo tão bonito e tão contestador ser conhecido por tão pouca gente (eu nunca tinha ouvido falar do grupo).
Há Muito Tempo que Eu te Amo: seguramente teria o 1º lugar do ano, se não tivesse sido visto em divx. A estrutura narrativa é a mesma de Reencontrando a Felicidade, com o mistério desvendado pouco a pouco. Juliette é uma flor que desabrocha e, com o desenrolar da trama, descobrimos quem de fato é a "misteriosa Juliette".
Reino Animal: pequeno grande filme australiano sobre uma família traficante de drogas.
Stalker: o drama existencialista soviético que nos questiona se realmente gostaríamos que nosso desejo mais íntimo fosse realizado. Até que ponto nos conhecemos de modo a não sentirmos medo do que desejamos?

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