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MELHORES FILMES (2019)






(1) Nem sei descrever o que senti quando Nós terminou. Nesse nosso Universo Dual, é preciso do ying e do yang para a síntese. Não há "bem" x "mal". Não há "lado vencedor". Isso, só para se ter uma noção da confusão que fica minha cabeça quando penso no desenrolar da história. São tantas camadas! Tantos sub-textos! Dá até para inserir uma luta de classes no roteiro. Esses marxistas ! (<3)



(2) A dificuldade com Parasita reside na tentativa de resumir tudo o que ele despeja em poucas linhas. São gêneros se subvertendo a todo o momento. Novamente, a luta de classes está presente, de forma bem óbvia, mas há momentos pontuais que valem a registro. O primeiro, quando a matriarca comenta como sua patroa aparenta ser ~boa~, ela chega à conclusão que se tivesse dinheiro também teria condições de ser ~boa~, pois não precisaria se preocupar tanto em sobreviver ao dia-a-dia. O segundo, quando parece que os esquemas da família acabaram, o patriarca surge com o plano perfeito: "o plano é não ter plano".



(3) O que dizer sobre A Vida Invisível? Que vida horrível a daquelas mulheres! Eu, como homem branco ~moderninho~, não consigo imaginar a dimensão de tamanha invisibilidade. Porém, no momento que entra Fernanda Montenegro e ela descobre o que tinha dentro do cofrinho do marido, eu desabei. Eu me coloquei na posição de alguém que viveu 70 anos de mentiras. Alguém que ficou separada da irmã por tanto tempo por causa desses homens escrotos. E ela morou logo ali, bem perto. É horrível !!!



(4) O desespero da cena do assalto de No Coração do Mundo só ocorre porque você pensa a todo momento que pode dar merda. Mas o desenrolar da história dessa vovozinha não é pouca coisa. No mais, um maravilhoso "filme sobre o nada" destas pessoas que são gente para a nossa elite.



(5) Almodóvar volta com tudo! Dor e Glória é perfeito do começo ao fim! Não há uma única cena desnecessária.



(6) A catarse que Bacurau proporciona, no atual contexto político-econômico é extasiante. FenomenAU, sensacionAU, anormAU. Tenho poucas certezas na vida, mas uma delas é que Eu sou Bacurau.



(7) Quanta complexidade num filme que trata, sobretudo, sobre afetos. De forma não romantizada, Assunto de Família lhe dá subsídios para você não vilanizar essas pessoas.



(8) O dia-a-dia de Amanda é cheio de altos e baixos, como a vida. Como são charmosos esses "filmes sobre o nada"! rsrs



(9) Esse Midsommar é tão estranho... Tão fora da caixinha.... Entendi os simbolismos (caixinha), mas o que me capturou foi o subjetivismo como um todo. De como o conceito de "mal" entranhado em nossas crenças imediatistas (caixinha) tem outra configuração se o analisarmos numa abordagem mais ampla (fora da caixinha).



(10) Meu engajamento com Vidro foi meio bipolar. No começo, achei um tanto maçante o falatório geral. Mas aquela meia hora final... onde cada um apenas segue o seu propósito ficou grudado na minha cabeça por dias.



(11) Procurei motivos para cancelar Tarantino, mas Era uma Vez em... Hollywood é muito bem realizado. Seria perfeito com uns 30 minutos a menos (principalmente aquela parte no acampamento hippie).... mas aí não seria ~a Quentin Tarantino film~.



(12) Senti um grande desconforto na sessão de Coringa. Interpretei a história como fruto de uma mente perturbada onde nada pode ser considerado real. Era o ponto de vista dele



(13) Outro "filme sobre o nada", Temporada encanta pela simplicidade.



(14) O Irlandês tem uma bela história e é muito bem realizado. Al Pacino está ótimo. Robert deNiro e Joe Pesci estão irreparáveis. Basta um olhar de Harvey Keitel para você tremer de medo. Mas, faltou "algo". Um ~je ne sais quoi~...



(15) O que mais me atraiu em Se a Rua Beale Falasse foi o lirismo. Assisti-lo era como andar nas nuvens, apesar do tema triste.



Também gostaria de ressaltar as sessões nas salas de cinema com Tinta Bruta (2018), Quanto mais Quente Melhor (1959), O Sabotador (1942), Tudo sobre Minha Mãe (1999) e Matrix (1999)

E na TV com Pleasantville (1998), Meu Eterno Talvez (2019), Como Falar com Garotas nas Festas (2017), As Viúvas (2018), Madame (2017), American Son (2019), o fenomenal Paraíso Perdido (2018) que certamente estaria no pódio do ano passado e a emocionante revisão de Com Mérito (1994) . Como queria tê-los visto (ou revisto) no cinema...

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