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MELHORES FILMES: 2017

Que ano foi este? Foi o ano da volta de Twin Peaks (!!!),  algo que está além da TV. Mas, também não considero um filme. Portanto, Twin Peaks foi o evento de 2017. Disparado. Seja pela revisita a um universo que me é muito caro, seja por todos os sentimentos melancólicos envolvidos. O resto, foi apenas o resto.



(1) Columbus
Conexões. A dela com a mãe, a qual não conseguia romper; a dele com o pai, com quem não conseguia se religar; e a deles, que se conectaram e serviram de muletas emocionais um para o outro. Eu tive um tamanho grau de imersão neste universo que eu fiquei contemplando uma árvore num descamado por minutos! A arquitetura da cidade de Columbus, antes de poder ser considerada o local da filmagem, corresponde ao terceiro personagem da história. Onipresente.



(2) Moonlight: Sob a Luz do Luar
Extrema sensibilidade para tratar não da homossexualidade do protagonista (que eu considerei uma questão menor), mas para questionar até que ponto somos resultado do meio em que vivemos. Da criança que sofria bullying ao encontro da figura paterna que lhe deu algum fio de esperança. Do adolescente que perdeu o ponto de referência até o momento em que não aguentou e explodiu. Como foi obrigado a "crescer" por conta própria num ambiente hostil para sobreviver, se ressignificou ao ponto de criar um personagem e acreditar nele. Porém, não se pode fugir de quem se é por muito tempo.



(3) Bom Comportamento
Fiquei atraído pela diversidade de personagens que vivem à margem da sociedade. Aquele "Lado B" de quem está ao seu lado, mas você não presta atenção (uma enfermeira, um vigia de um parque de diversões, um doente mental, alguém que precisa de dinheiro, mas não tem capacidade intelectual de arquitetar um plano factível). São pessoas que poderiam ter sido alguém, mas que não tiveram a oportunidade necessária e, por causa disso, sobrevivem tangenciando a legalidade (ou "beliscando o alambrado"). E como resolver um problema quando se cria outro? E outro? E outro????



(4) Blade Runner 2049
Se um dia decidissem banir os filmes de ficção científica, minha vida se tornaria vazia. Não há nada que me dê maior prazer do que um bom filme sobre um provável futuro, seja ele utópico ou distópico. Na distopia do universo Blade Runner, impossível não sentir empatia pelos androides que só desejam se autoconhecer, serem respeitados e, porque não, se reproduzirem.



(5) Frantz
Um "Lado A" competente: o francês que vai à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial com um segredo. Um "Lado B" desconcertante: a alemã que vai à França e pode ser descoberta a qualquer momento. Ele não podia negar quem era, mas podia esconder o motivo que o levou lá. Ela conseguia passar despercebida, apesar da tensão de poder se descoberta. Se até hoje as feridas entre França e Alemanha não foram cicatrizadas, tente imaginar imediatamente após o primeiro grande conflito entre os dois países.



(6) Corpo Elétrico
Elias e os (muitos) corpos com os quais se relaciona. A eletricidade de quem não para! não para! não para!



(7) Kong - A Ilha da Caveira
Cinemão da porra! Catarse visual e visceral. Dá-lhe Kong antes de ganhar a majestade.



(8) A Ghost Story
Fantasmas também têm sentimento. Apego, curiosidade ou simplesmente algo que ele nem mesmo se lembra.



(9) Z: A Cidade Perdida
Num mundo onde você poderia ser culpabilizado pelos ~pecados~ de seu pai e onde você nunca poderia almejar nada além do que ele jamais teve (e perdeu), nada mais natural do que dedicar-se à procura de um mundo totalmente novo, no qual você não teria um passado para carregar.



(10) Na Vertical
Acima de tudo, o instinto. Quando nada mais faz sentido, por mais que lhe derrubem, só lhe resta ficar na vertical. Sem se curvar.



(11) Marjore Prime
A tecnologia que deveria servir para nos unir nos desconecta ainda mais. Um holograma pode ser programado. Porém, ele pode ser um substituto?



(12) Corra!
Muitos segredos envolvidos. Muitos "será que eu estou imaginando coisas". Muitos "eu tenho até amigos negros, mas....".



(13) O Filme da Minha Vida
Uma bela história com um inimaginável plot twist final. Antes de ser um filme, é um estado de espírito.



(14) Toni Erdmann
Empatia acima de tudo! Toni só queria fazer os outros felizes... do jeito dele...



(15) O Ornitólogo
Não entendi p*! nenhuma. Mas gostei muito. Ao vê-lo, foram muitas sensações (boas). Depois, fiquei sabendo que era uma alegoria à vida de Santo Antônio, mas como eu também não conheço a história dele, fiquei boiando. Mas continuo embasbacado com as sensações da sessão deste.


Menções Honrosas (cinema)
Guardiões da Galáxia, Vol.2 (Guardians of the Galaxy, Vol.2): que cores !
+ Mãe! (Mother!): que final !
+ Mulher-Maravilha (Wonder Woman): que mulherão !
+ Planeta dos Macacos - A Guerra (War for the Planet of the Apes): que simbolismo !
+ T2: Trainspotting: e você pensava que os anos 1990 tinham sido depressivos .... (tolinho !)

Menções Honrosas (outras mídias)
+ A Montanha Sagrada (The Holly Mountain, 1973): o símbolo e a realidade finita
+ As Profecias do Dr. Terror (Dr. Terror's House of Horrors, 1965): isso é horror (!)
+ Hawaii (2013): que filme lindo ! quase sem diálogo, a linguagem corporal fala por si
+ O Que Fazemos nas Sombras (What We Do in the Shadows, 2014): vampiros e uma república de estudantes... mais mambembe impossível !
Uma Vida Eterna (Byzantium, 2012): o vampiro mora ao lado.

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