
A primeira sessão do filme foi apenas mediana. Não gosto de musicais e não me senti tocado pelo filme. Porém, foi através do contato com a trilha sonora que fui obrigado a mudar de opinião e dar uma segunda chance ao filme. Desse modo, a segunda sessão de
As Canções de Amor foi a melhor do ano que passou. Até hoje não me canso de cantarolar suas canções, principalmente o ponto alto do filme, o embate entre
les amours qui durent e
les amours passagères, e o mais dramático, Au Parc. “
Tout y sera, tout y sera... Apart toi”. Close em Chiara Mastroianni para "
et puis... rien".

Leonard teve um colapso nervoso por amor e, aos 28 anos, teve que voltar a morar com os pais. Sem vontade de viver, conhece Michelle, igualmente “fudida na vida”, mas seus pais preferem que ele fique com Sandra, uma das únicas pessoas centradas do filme. Então? Qual a melhor escolha? Se nem mesmo Leonard sabe, você acha que
Amantes lhe entregaria a resposta de bandeja?

A primeira vez que eu vi esses filhotes de exu em
Entre os Muros da Escola, minha vontade foi trucidá-los. Esse desejo assassino persistiu até a última cena onde todos estão juntos e só foi quebrado na penúltima sequência do filme, quando a aluna diz ao professor que não aprendeu nada durante o ano inteiro. Ela diz que não quer fazer uma escola técnica. Entretanto, o sistema está se lixando para ela. Para encerrar, o silêncio, o pós-gozo, só para preparar o terreno para os novos personagens, que terão os mesmos problemas, no próximo ano escolar.

O filme todo tem um “clima” de réquiem. Um réquiem para 99% da filmografia de Clint Eastwood. Ele encarna mais uma vez um durão. Porém, um durão de uma América que não existe mais. Um durão que não se conforma com o rumo que as coisas tomaram, mas que, mesmo debaixo de todo aquele azedume, possui um bom coração. Um coração que, mesmo sem querer, acaba mudando a vida de um rapaz que ele despreza e que, conscientemente, é capaz do maior de todos os sacrifícios por ele. Isto é
Gran Torino.

A sessão de
Bastados Inglórios foi estranha. Foi a mesma sensação que senti ao ver Planeta Terror. Algo do tipo não acreditar que eu estava no cinema vendo aquele filme. E que filme. Só ficou em 5º porque os quatro primeiros são verdadeiros arrasa-quarteirões. Além do mais, traz como legado o personagem de Christoph Waltz e as sequências do diálogo dele na fazenda e do cinema em chamas.

Toda família guarda os seus segredos e, principalmente, suas mágoas, bem escondidos, esperando aquele momento específico para a merda ser jogada no ventilador. Nesse contexto, só mesmo a relação entre irmãos, no caso, duas irmãs, que se amam e se odeiam na mesma intensidade. Mas é um filme sobre um casamento,
O Casamento de Rachel, e nada melhor do que uma festa que parece não ter fim para lavar a alma daquela família, para que anos e mais anos de mágoa acumulada possam ir para o ralo.

O cinema pode ter ganhado um Homem-Aranha 2, mas o cinema de gênero perdeu Sam Raimi. Entre HA3 e o futuro HA4 ele resolveu brincar com o irmão e apareceu com
Arraste-me Para o Inferno. Tudo é tão perfeitamente arquitetado que falar alguma coisa estragaria. Eu saí da sessão com muita raiva dele por aquele final. Depois, percebi que aquela filhadaputice foi de caso pensado. Grande Sam Raimi!

Neil Gaiman é um gênio. Não bastasse criar todo o universo de Sandman, ele ainda se aventura em outras paisagens e nos traz algo como
Coraline e o Mundo Secreto. Infelizmente, ele apenas escreveu o livro e o roteirista não tem o mesmo talento, pois em alguns momentos, o filme chega a ser efadonho. No entanto, vê-lo em 3D foi uma das melhores experiências visuais que eu já tive.

Para nós, que temos acesso à internet e a uma rede de proteção social relativamente estruturada, fica difícil de entender o drama pelo qual os dois personagens principais de
O Lutador passam. É a luta diária pela sobrevivência sem saber como será o dia de amanhã. Seja detonando o corpo com substâncias para lá de duvidosas, seja expondo-o como um pedaço de carne, difícil deixar de sentir pena pelos dois.

Sou um
trekker moderado. Do tipo que assistiu a todos os filmes e a quase todas as séries de TV (só faltam Deep Space 9 e Enterprise). O novo visual é fantástico, a "química" entre a nova tripulação funciona e o lance da "realidade alternativa" é genial. Infelizmente, não pude deixar de fazer um paralelo entre
Star Trek e
Felicity. Muita água com açúcar em cenas fúteis e desnecessárias. Isso sem falar naqueles reflexos de luz idiotas na ponte de comando.

Velhos temas numa nova roupagem. E por que não dizer numa roupagem surreal e inusitada? O fato de
Distrito 9 se passar na África do Sul é a menor de todas as suas inovações. A forma cru e brutal com que a história é contada, a melhor delas.

De forma geral,
Avatar não deixa de ser um presente ordinário embrulhado num papel de luxo. Apesar do roteiro pífio, tocou num ponto caro para mim: o meio ambiente. Todos nós, terráqueos, somos apenas parte do todo, mas o ator principal continua se julgando acima do bem e do mal. Ate quando?
Milk é um filme panfletário e incendiário. Daqueles que te faz tirar a bunda da cadeira para tentar fazer alguma coisa. O mais triste é constatar que, 30 anos depois, quase nada mudou na mentalidade da “sociedade civilizada” a respeito dos homossexuais.

A cena do desastre aéreo de
Presságio é espetacular, assim como o acidente no metrô. Porém, o que mais me marcou no filme não foram essas duas sequências e sim o final. Coerente e diferente do que se poderia imaginar.
Os Fantasmas de Scrooge é mais uma das inúmeras adaptações do livro de Charles Dickens. Porém, creio que foi a primeira vez que Ebenezer Scrooge foi retratado em sua real avareza, da mesma forma que a história, extremamente fiel ao livro. Tenho carinho especial por essa história, pois Um Conto de Natal, assim como Grandes Expectativas, está entre os melhores livros que já li.
+
Em relação às decepções, a maior de todas foi Danny Boyle, outrora membro cativo de minhas listas.
Quem quer ser Milionário? não é um filme ruim, mas é infinitamente inferior ao que quase todos falam por aí.
2012, não foi bem uma decepção, apenas cumpriu o que prometeu: muito barulho por nada; assim como
G.I.Joe, que valeu pela nostalgia e pela “destruição” de Paris (mas bem que poderiam ter escrito roteiros menos tronchos, né?). Michael Bay foi coerente em seu esquizofrênico
Transformes 2 e Bruce Willis fez mais uma porcaria:
Os Substitutos. Deveriam ter substituído o imbecil que escreveu aquele roteiro óbvio e redundante. A premissa era muito boa, mas na mão de gente medíocre só poderia dar no que deu. Falando em mediocridade, o que dizer de algo escrito por Fernanda Young? O que salvava a série Os Normais sempre foi Fernanda Torres. Em
Os Normais 2, ela desligou seu talento e fez o filme em piloto automático. Para finalizar, não poderia deixar de comentar sobre
Lua Nova. Crepúsculo era divertido e tals com seu estilo camp de vampiros purpurinados, mas a seqüência só pode ser louvada por gente que já sofreu lobotomia através da série de livros. Êita filminho ruim.
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