.
.

O ABOMINÁVEL DR. PHIBES / A CÂMARA DE HORRORES DO DR. PHIBES

Where can we find two better hemispheres, without sharp north, without declining west? My face in thine eye, thine in mine appears, and true plain hearts do in thee faces rest. Within twenty-four hours, my work will be finished, and then, my precious jewel, I will join you in your setting. We shall be reunited forever in a secluded corner of the great elysian field of the beautiful beyond!


Em O Abominável Dr. Phibes, Anton Phibes, outrora músico, médico e teólogo, jura vingança contra os nove integrantes da equipe médica que, segundo ele, mataram sua amada esposa Victoria. Desfigurado por um acidente de carro e dado como morto, ele planeja as mais ardilosas mortes para cada um dos envolvidos baseadas nas 10 pragas do Egito. Satisfeito em sua sede de vingança, “hiberna” durante três anos e, em A Câmara de Horrores do Dr. Phibes, acorda no momento ideal para levar sua amada para o Egito, onde a ressuscitará ao atravessar um rio oculto sob as pirâmides que surgirá naquele exato momento.


Desculpe-me caso você seja fã, mas Vincent Price é um ator limitado. Entretanto, em nenhum outro de seus trabalhos ele conseguiu o equilíbrio perfeito entre sua canastrice e as exigências necessárias para viver o abominável Dr. Anton Phibes.

Desfigurado pelo acidente de carro, usa uma máscara facial com suas antigas feições e próteses para suas orelhas e nariz. Impossibilitado de falar, exprime suas emoções extremas de amor à esposa e ódio aos responsáveis por sua morte graças à um gramofone plugado em seu pescoço no mesmo orifício pelo qual ele come (as cenas dele comendo e bebendo são hilárias!).

Sempre auxiliado pela bela e silenciosa Vulnavia, Dr. Phibes consegue executar quase todas as suas vítimas com maestria, sempre se colocando um passo a frente da polícia londrina. Entre uma e outra, o “monstro” voltava para sua antiga mansão, onde declarava seu amor à sua amada Victoria, explicava a ela o andamento de seu plano e encarnava “O Fantasma da Ópera” ao tocar seu órgão na companhia de uma banda de marionetes e sua silenciosa ajudante, que o acompanhava no violino.

De todas as suas vítimas, só uma escapa (quando ele incorpora o “Jigsaw” da franquia Jogos Mortais), mas mesmo assim, satisfeito em sua sede de vingança, ele se embalsama para “viver” para sempre ao lado de sua amada Victoria.

Porém, o sucesso foi tão grande que no ano seguinte, Dr. Phibes voltou, se “desembalsamando” após a lua atingir um certo alinhamento com o sol, indicando que os astros estavam prestes a se posicionar no alinhamento ideal para o aparecimento, sob as pirâmides do Egito, do Rio da Vida. Novamente auxiliado pela bela e silenciosa Vulnavia, Anton Phibes precisa, primeiro, recuperar o papiro com a localização exata da câmara onde o rio aparecerá.

O mapa havia sido adquirido por Darrus Biederbeck, que também procurava o rio, pois era graças à ingestão regular de suas águas que ele se mantinha jovem há mais de 100 anos. Dr. Phibes recupera o papiro, mas é obrigado a matar novamente para reavê-lo. Não por vingança, mas porque era necessário. Assim, como será necessário matar novamente (e engenhosamente, é claro), pois Biederbeck segue para o Egito em seu encalço.

Anton Phibes não é um Jason Woorhees (de Sexta-Feira 13). Ele não pega uma faca e mata sua vítima apenas porque ela estava lá. Não! Ele precisa arquitetar a forma exata. Inicialmente, de acordo com as 10 pragas do Egito. Posteriormente, com o que ele tem às mãos no meio do deserto egípcio, como um ventilador usado em filmagens, por exemplo. Onde ele conseguiu o ventilador pouco importa. Nem como ele consegue a eletricidade necessária para fazê-lo funcionar. O que importa é que a vítima não será morta com uma simples faca. Ele usará o ventilador como subterfúgio para confundir os demais, para que possa amarrar sua vítima à sua cama, montar uma caixa em suas extremidades e esmaga-lo lentamente. Simples assim!

Apesar de A Câmara dos Horrores... apresentar um roteiro mais dinâmico, mortes mais elaboradas e engraçadas pela “inverossimilhança” e um Dr. Phibes mais falante e mais sarcástico, não tem o mesmo ritmo de O Abominável Dr. Phibes, que traz uma morte atrás da outra entrecortado pelas declarações de amor de Phibes à sua amada. Mesmo assim, é, ao lado do anterior, ótimo representante da estética camp, do humor negro britânico e do cinema fantástico.


B+
The Abominable Dr. Phibes (Robert Fuest, ING/EUA, 1971)
Quando: Maio/11 (TV)
Sítio Oficial: ficha imdb

B-
Dr. Phibes Rises Again (Robert Fuest, ING/EUA, 1972)
Quando: Maio/11 (TV)
Sítio Oficial: ficha imdb

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...