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RIO

Muitas cores.


Blu é uma arara azul sequestrada ainda "bebê" nas matas do Rio de Janeiro que vai parar em Minnesota, nos EUA. Resgatado por Linda, é criado como se fosse um membro da família. Um certo dia, Túlio, um especialista em aves, aparece por lá para convencer Linda a levar Blu de volta ao Rio para acasalar com Jade, pois eles são as únicas araras azuis do planeta. Linda aceita, mas é óbvio que nem tudo sairá como previsto.

No Brasil, Blu e Jade são sequestrados pela quadrilha da cacatua Nigel, mas conseguem fugir. O porém é que eles estão acorrentados um ao outro e Blu não sabe voar (nunca precisou, oras). Jade quer fugir para viver em liberdade e Blu quer encontrar Linda. Para sorte deles, cruzam o caminho do tucano Rafael, que conhece o buldogue Luiz que poderá tirar a corrente que os prende. No meio do percurso, ainda topam com o canário Nico e o cardeal Pedro.

Rio é um filme para gringo ver, infelizmente. Acredito na boa intenção do diretor, que é carioca, o que justifica a perfeita caracterização da cidade e o clima nostálgico que lembra as grandes chanchadas em algumas cenas. Porém, apesar de fidelíssima (às vezes, você tem a impressão de que é um live-action de tão perfeita), a visão tipo exportação do Rio está mais do que presente ao reproduzir e potencializar todos os estereótipos que eles têm de nós nas mulatas, no futebol e no carnaval.

Outra falha ocorre em um aspecto básico: não há um personagem fixo responsável pelo alívio cômico. O roteiro privilegia a ação à comédia e coloca umas piadinhas aqui e ali, como manda a cartilha, mas que te fazem soltar um riso amarelo. Tive a comprovação na sessão em que estava, lotada com o público alvo do filme que pouco se manifestou. Luiz (e sua baba que não para de escorrer) seria um ótimo candidato, mas ele aparece apenas aos 44 minutos do segundo tempo. Os micos poderiam ser como os pinguins de Madagascar (05), mas eles participam de apenas três cenas.

Por mais que os estúdios de animação tenham adquirido capacidade técnica para se equiparem à Pixar, nenhum deles ainda conseguiu chegar aos pés dela no desenvolvimento de personagens. Confesso que não estava muito empolgado para o filme, pois cheguei ao meu limite de bichinhos imitando comportamentos humanos, mas devo me resignar, pois não só a cartilha exige como ainda há um longo caminho até desenvolverem homens e mulheres com características físicas diferentes. Lembram do gordinho contrabandista? E do segurança do aviário? Também notou que ele apareceu de relance na praia, na favela e no sambódromo?


C-
Rio (Carlos Saldanha, EUA, 2011)
Quando: Abril/11 (Cine Rosa e Silva)
Sítio Oficialrio-ofilme.com.br

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