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AS MÃES DE CHICO XAVIER

"Siga as mães"



Três mães e seus dramas pessoais. Via Negromonte e seu filho viciado em drogas; Vanessa Gerbelli e a morte repentina de seu único filho às vésperas do seu 5º aniversário; e Tainá Müller e uma gravidez indesejada. Em comum, a procura por consolo nas palavras de Chico Xavier.

Parece que o cinema brasileiro abraçou de vez o "filão espírita", pois antes da projeção do filme, foram exibidos o teaser de "O Filme dos Espíritos" (baseado em "O Livro dos Espíritos" e que tem uma premissa bem interessante) e o trailer de "Área Q" (se bem que acho que ele está mais ligado a abduções alienígenas do que a ideias espiritualistas).

Logo no início, As Mães de Chico Xavier mostra a que veio, ao dedicar o filme à vida e condenar o aborto. O médium, figura central em Chico Xavier (10), se torna apenas um coadjuvante. Para Chico, ele é apenas o intermediário. "Siga as mães", diz ao repórter que quer entrevistá-lo sobre as cartas que psicografa.

Enquanto o repórter segue algumas mães (infelizmente, só umas duas ou três), nós seguimos as três protagonistas e o filme não tem a menor pressa em construí-las. Sentimos a angústia de Ruth, que perdeu a vontade de viver por se punir pelo caminho tomado pelo filho; a solidão de Elisa, que, mesmo após a morte do filho, todo dia se senta na praça em frente à escola que ele estudava na hora da saída das crianças na esperança de poder reencontrá-lo; e as dúvidas de Lara frente a um futuro incerto e a difícil decisão sobre ter ou não o filho que carrega.

Diferentemente de Nosso Lar (10) e sua direção horrenda, os diretores sabem muito bem o que estão fazendo aqui. Confesso que me incomodei com alguns truques desnecessários (como a cena em slow motion totalmente exagerada na enfermaria, mas prefiro culpar Joelson Medeiros, que em nenhum momento encontrou o tom certo para o seu personagem), mas já estava embarcado na do filme faz tempo. Cada uma daquelas mães poderia perfeitamente ser a minha ou a sua. Mesmo que não estivesse embarcado, aquele diálogo entre Vanessa Gerbelli (que me surpreendeu por estar perfeita) e Tainá Müller na praça, sobre dar a própria vida pela do filho, a própria definição do que é o amor de uma mãe pelo seu filho, é para destruir o coração mais insensível.

E olha... como eu chorei! Chorei como há muito tempo não chorava no cinema.

Não me considero espírita, mas acredito na comunicação entre os vivos e os espíritos e que estamos aqui apenas de passagem. Portanto, sou o público-alvo perfeito para esse novo "filão". Infelizmente, muitos "espíritas" procurarão indicar esse filme como doutrinação. Com essa crença fervorosa e irracional, eles só se esquecem do básico: cada espírito é único. Você não tem o direito de generalizar sobre nada. A única certeza universal é que para cada ação há uma reação e a única "pessoa" a quem você deve prestar contas é com o juiz universal: a sua consciência.

E daqui a seis meses, estreará "O Filme dos Espíritos". Baseado no livro que vem mudando minha vida há 3 anos.


B
As Mães de Chico Xavier (Glauber Filho e Halder Gomes, BRA, 2011)
Quando: Abril/11 (Cine Rosa e Silva)
Sítio Oficialasmaesdechicoxavier.com.br

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