Um filme com potencial, mas que ficou apenas na intenção.
O visual do filme é um deleite. A fotografia é espetacular e o design dos objetos e dos interiores são fenomenais. Você realmente fica embasbacado pelo dirigível, pelo navio/balão do caubói e pelas salas no interior das costruções. O trabalho de se "rebuscar" uma simples luminária conquista qualquer um com o mínimo gosto pelo belo. O que falar dos ursos polares com armadura?
No entanto, parece que todo o esforço se concentrou nessas áreas, pois o roteiro é uma cagada do começo ao fim. O desenrolar da história é truncado ao extremo e as elipses, que teoricamente deveriam funcionar como pulos temporais, servem para você se perder ainda mais. De repente, a pequena Lyra é uma órfã que está sob os cuidados do Lord Asriel. De repente, ele vai para uma expedição e a deixa sob os cuidados de não sei quem. De repente, ela vai embora da universidade com a "vilã" do filme, a Sra. Coulter. De repente, ela foge. De repente, ela encontra egípcios-ciganos. De repente ela encontra um urso com armadura. De repente ela é seqüestrada no meio de uma batalha. De repente ela está no "reino dos ursos". De repente ela salva um dos amigos raptados (ou será que isso foi antes da batalha e do seqüestro? Não lembro). De repente ela está no covil dos vilões. De repente há uma nova batalha. De repente o filme acaba. Ou melhor, não acaba, pois termina com todos indo salvar o Lord Asriel, que sabe se lá como, foi capturado, subornou seus captores e está fazendo suas experiências. Fim. Ufa!
Baseado numa trilogia de livros, o filme conta a história da pequena Lyra, uma órfã aventureira que parte em busca de seu amigo que havia sido raptado. Nesse mundo, as pessoas têm uns tais de daemons, que são a manifestação física de suas almas em forma animal, e os vilões do filme, o "magistério", querem cortar a ligação entre esses daemons e as crianças para que elas sejam meros peões sem vontade própria para aceitarem cegamente "o que é certo", ou seja, o que o "magistério" quer.
Num certo momento, eu simplesmente deixei de prestar atenção na história, de tão truncada que ela estava, para prestar atenção somente no visual, até que uma mandíbula sai voando. Dei um pulo na cadeira. Perguntei à pessoa que estava do meu lado, também estupefada, se aquilo tinha sido uma mandíbula. Ele disse que sim.
O pior ainda estava para acontecer. Num filme pretensamente destinado às platéias infantis, há uma carnificina geral perto do final. Um verdadeiro genocídio bem pior do que aquele de As Crônicas de Nárnia (03) que não tinha razão de existir, principalmente num filme voltado a crianças. Felizmente, o filme acabou logo depois.
D
The Golden Compass (Chris Weitz, EUA/ING, 2007)
Quando: Fevereiro/08 (Box Guararapes)
Sítio Oficial: goldencompassmovie.com
O visual do filme é um deleite. A fotografia é espetacular e o design dos objetos e dos interiores são fenomenais. Você realmente fica embasbacado pelo dirigível, pelo navio/balão do caubói e pelas salas no interior das costruções. O trabalho de se "rebuscar" uma simples luminária conquista qualquer um com o mínimo gosto pelo belo. O que falar dos ursos polares com armadura?
No entanto, parece que todo o esforço se concentrou nessas áreas, pois o roteiro é uma cagada do começo ao fim. O desenrolar da história é truncado ao extremo e as elipses, que teoricamente deveriam funcionar como pulos temporais, servem para você se perder ainda mais. De repente, a pequena Lyra é uma órfã que está sob os cuidados do Lord Asriel. De repente, ele vai para uma expedição e a deixa sob os cuidados de não sei quem. De repente, ela vai embora da universidade com a "vilã" do filme, a Sra. Coulter. De repente, ela foge. De repente, ela encontra egípcios-ciganos. De repente ela encontra um urso com armadura. De repente ela é seqüestrada no meio de uma batalha. De repente ela está no "reino dos ursos". De repente ela salva um dos amigos raptados (ou será que isso foi antes da batalha e do seqüestro? Não lembro). De repente ela está no covil dos vilões. De repente há uma nova batalha. De repente o filme acaba. Ou melhor, não acaba, pois termina com todos indo salvar o Lord Asriel, que sabe se lá como, foi capturado, subornou seus captores e está fazendo suas experiências. Fim. Ufa!
Baseado numa trilogia de livros, o filme conta a história da pequena Lyra, uma órfã aventureira que parte em busca de seu amigo que havia sido raptado. Nesse mundo, as pessoas têm uns tais de daemons, que são a manifestação física de suas almas em forma animal, e os vilões do filme, o "magistério", querem cortar a ligação entre esses daemons e as crianças para que elas sejam meros peões sem vontade própria para aceitarem cegamente "o que é certo", ou seja, o que o "magistério" quer.
Num certo momento, eu simplesmente deixei de prestar atenção na história, de tão truncada que ela estava, para prestar atenção somente no visual, até que uma mandíbula sai voando. Dei um pulo na cadeira. Perguntei à pessoa que estava do meu lado, também estupefada, se aquilo tinha sido uma mandíbula. Ele disse que sim.
O pior ainda estava para acontecer. Num filme pretensamente destinado às platéias infantis, há uma carnificina geral perto do final. Um verdadeiro genocídio bem pior do que aquele de As Crônicas de Nárnia (03) que não tinha razão de existir, principalmente num filme voltado a crianças. Felizmente, o filme acabou logo depois.
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The Golden Compass (Chris Weitz, EUA/ING, 2007)
Quando: Fevereiro/08 (Box Guararapes)
Sítio Oficial: goldencompassmovie.com
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