God save The Queen
Assim como todo mundo deve se lembrar o que estava fazendo quando soube dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, acho que todos lembram aonde estavam quando tiveram conhecimento de que a princesa Diana havia morrido. Eu, por exemplo, estava fazendo um curso aos finais de semana quando uma menina chegou dizendo que ela tinha sofrido um acidente. Ainda não se sabia se ela estava morta ou não.
A Rainha trata exatamente dos acontecimentos posteriores à sua morte e da reação da rainha Elizabeth II ao fato. Inicialmente, ela preferiu o silêncio e tratar o assunto como algo que dizia respeito apenas à família da princesa (da qual, ela sempre frisava, não fazia parte). Entretanto, a comoção nacional que se seguiu cercou a rainha de tal forma que ela não teve alternativas a não ser capitular e "se modernizar", rendendo-se aos apelos do recém-empossado primeiro ministro Tony Blair por uma declaração pública. Uma declaração ao vivo pela televisão.
Inicialmente, me incomodou um pouco o estilo da filmagem, em tom de documentário que bem poderia ser um Linha Direta. Entretanto, com o desenrolar da história, fui me acostumandocom ele e comecei a ver o embate entre o antigo/as tradições representado pela rainha e o "moderno" representado por Tony Blair, antigo crítico da monarquia, mas que após passar a conviver de perto com a "instituição", mudou de opinião e fez de tudo para que a monarquia não fosse "engolida" pelos editoriais dos tablóides sensasionalistas.
O embate entre o novo e o antigo permeam todo o filme (assim como o conflito Elizabeth II e Tony Blair). Nesse ponto, é interessantíssima a conversa que a rainha tem com a sua mãe, Elizabeth I, procurando conselhos que lhe tirassem a dúvida que sentia sobre seus atos. Pensava que não conseguia mais se comunicar com seus súditos e confirmava o quão pesada era a coroa que carregava. Pensou que era hora de um novo soberano para a nova Inglaterra, mas sua mãe lembrou que ela fez um juramento no dia de sua coroação, o de reinar até a sua morte.
O filme também é bem sucedido em mostrar uma rainha que, embora ligada às tradições, dirige o seu próprio Land Rover pelas trilhas de sua propriedade rural, sabe exatamente qual é o cabo da transmissão e qual é o cabo do freio de um veículo e que usa o telefone celular.
De fato, fui "capturado" pelo filme no momento em que a rainha chorou, sentindo todo o peso da coroa. Sim, rainhas choram. Eu chorei também, mas até aí, nada de novo. Chorei porque comecei a delirar sobre o que estaria acontecendo hoje em dia se a princesa ainda estivesse viva. Ela não merecia morrer daquele jeito.
Eu adoro Stephen Frears e sim, esse é *o* filme de Hellen Mirren, A Rainha. Apesar de haver críticas aqui e ali, ele é uma apologia de uma instituição que, embora não seja muito adequada aos tempos modernos, é uma verdadeira "marca registrada" britânica. O filme mostra um momento histórico, a inflexão no comportamento de uma linhagem real que está no trono há mais de 1000 anos. Antes admirada pela sua reserva, agora a rainha é "obrigada" a se expor, a tornar público o luto por alguém que desprezava, fazendo exatamente o que criticava em Diana, tento até que engolir Elton John cantando na Abadia de Westminter.
B+
The Queen (Stephen Frears, ING/FRA/ITA, 2006)
Quando: Fevereiro/07 (UCI Recife)
Site Oficial: www.thequeen-movie.com

Assim como todo mundo deve se lembrar o que estava fazendo quando soube dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, acho que todos lembram aonde estavam quando tiveram conhecimento de que a princesa Diana havia morrido. Eu, por exemplo, estava fazendo um curso aos finais de semana quando uma menina chegou dizendo que ela tinha sofrido um acidente. Ainda não se sabia se ela estava morta ou não.
A Rainha trata exatamente dos acontecimentos posteriores à sua morte e da reação da rainha Elizabeth II ao fato. Inicialmente, ela preferiu o silêncio e tratar o assunto como algo que dizia respeito apenas à família da princesa (da qual, ela sempre frisava, não fazia parte). Entretanto, a comoção nacional que se seguiu cercou a rainha de tal forma que ela não teve alternativas a não ser capitular e "se modernizar", rendendo-se aos apelos do recém-empossado primeiro ministro Tony Blair por uma declaração pública. Uma declaração ao vivo pela televisão.
Inicialmente, me incomodou um pouco o estilo da filmagem, em tom de documentário que bem poderia ser um Linha Direta. Entretanto, com o desenrolar da história, fui me acostumandocom ele e comecei a ver o embate entre o antigo/as tradições representado pela rainha e o "moderno" representado por Tony Blair, antigo crítico da monarquia, mas que após passar a conviver de perto com a "instituição", mudou de opinião e fez de tudo para que a monarquia não fosse "engolida" pelos editoriais dos tablóides sensasionalistas.
O embate entre o novo e o antigo permeam todo o filme (assim como o conflito Elizabeth II e Tony Blair). Nesse ponto, é interessantíssima a conversa que a rainha tem com a sua mãe, Elizabeth I, procurando conselhos que lhe tirassem a dúvida que sentia sobre seus atos. Pensava que não conseguia mais se comunicar com seus súditos e confirmava o quão pesada era a coroa que carregava. Pensou que era hora de um novo soberano para a nova Inglaterra, mas sua mãe lembrou que ela fez um juramento no dia de sua coroação, o de reinar até a sua morte.
O filme também é bem sucedido em mostrar uma rainha que, embora ligada às tradições, dirige o seu próprio Land Rover pelas trilhas de sua propriedade rural, sabe exatamente qual é o cabo da transmissão e qual é o cabo do freio de um veículo e que usa o telefone celular.
De fato, fui "capturado" pelo filme no momento em que a rainha chorou, sentindo todo o peso da coroa. Sim, rainhas choram. Eu chorei também, mas até aí, nada de novo. Chorei porque comecei a delirar sobre o que estaria acontecendo hoje em dia se a princesa ainda estivesse viva. Ela não merecia morrer daquele jeito.
Eu adoro Stephen Frears e sim, esse é *o* filme de Hellen Mirren, A Rainha. Apesar de haver críticas aqui e ali, ele é uma apologia de uma instituição que, embora não seja muito adequada aos tempos modernos, é uma verdadeira "marca registrada" britânica. O filme mostra um momento histórico, a inflexão no comportamento de uma linhagem real que está no trono há mais de 1000 anos. Antes admirada pela sua reserva, agora a rainha é "obrigada" a se expor, a tornar público o luto por alguém que desprezava, fazendo exatamente o que criticava em Diana, tento até que engolir Elton John cantando na Abadia de Westminter.
B+
The Queen (Stephen Frears, ING/FRA/ITA, 2006)
Quando: Fevereiro/07 (UCI Recife)
Site Oficial: www.thequeen-movie.com
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