Um filme muito bom... até a meia hora final.

Não vi Internal Affairs (02), o filme de Hong Kong do qual esse é "chupado". Talvez por causa disso, eu tenha gostado bastante das primeiras 2h de Os Infiltrados, que tem bons enquadramentos, boa montagem, uma trilha sonora perfeita e uma dinâmica própria que funciona até a "virada" na personalidade do personagem de Jack Nicholson.
Apesar de achá-lo sempre igual em seus filmes, eu fiquei impressionado dessa vez, pois eu consegui esquecer que era Jack Nicholson quem estava interpretando Costello, o chefão da máfia irlandesa em Boston. Entretanto, os cagoetes que sempre o acompanham em suas "brilhantes" atuações cresceram de intensidade até a mudança, quando Jack Nicholson passou do mafioso meticuloso e inatacável para o Jack Nicholson paranóico e louco de sempre, com seus cabelos desgrenhados, cara de nojo constante, olhar de peixe morto etc & tal.
Os infiltrados do título são Matt Damon (com a cara de bunda de sempre), o infiltrado do mal na polícia estadual, e Leonardo diCaprio (numa interpretação muito boa), o infiltrado do bem no bando de Costello. Destaco quem realmente merece: Martin Sheen (chefe do departamento de infiltrados da polícia), Mark Wahlberg (seu assistente) e, acredite se quiser, Alec Baldwin (que faz infinitamente melhor o papel de pateta do que o do "macho fodão com voz rouca"). Esses três últimos estão em papéis minúsculos, porém, são imprescindíveis à trama e, simplesmente, arrasam.
A parte boa já foi dita. A parte ruim começa quando Jack Nickolson começa a ficar paranóico com a idéia de que há um infiltrado em seu bando e começa a ficar descuidado (ou auto-confiante demais). Numa negociação de heroína, ele é "pego" numa cena tão meia boca que quase jogou no lixo o que eu já tinha visto antes. A merda já tinha começado antes, quando a evidência de um crime, ainda com o sangue da vítima, é utilizado de forma grosseira pelo infiltrado do mal. Do outro lado, o infiltrado do bem, que já estava se fazendo passar por outra pessoa há um ano, cai na coversa do infiltrado do mal de forma pueril.
O que vem depois consegue ser ainda pior. Depois de tudo isso, tem toda uma série de reviravoltas, com às vezes o "bem" vencendo para depois o "mal" levar. No final, dá empate técnico e o desfile de corpos chega a 6. É uma morte atrás da outra sem o menor "desenvolvimento" (se é que dá para se ter algum tipo de "desenvolvimento" para a vingança). Violência devidamente pensada para dizer "é assim que machos resolvem seus problemas na América"? Talvez. Ainda prefiro velho "o bem vem o mal colocando-o atrás das grades".
Mas bem que poderíamos ter sido poupados desses últimos 30 minutos, né Marty?
B
The Departed (Martin Scorsese, EUA, 2006)
Quando: Fevereiro/07 (Multiplex Boa Vista)
Site Oficial: www.thedeparted.warnerbros.com

Não vi Internal Affairs (02), o filme de Hong Kong do qual esse é "chupado". Talvez por causa disso, eu tenha gostado bastante das primeiras 2h de Os Infiltrados, que tem bons enquadramentos, boa montagem, uma trilha sonora perfeita e uma dinâmica própria que funciona até a "virada" na personalidade do personagem de Jack Nicholson.
Apesar de achá-lo sempre igual em seus filmes, eu fiquei impressionado dessa vez, pois eu consegui esquecer que era Jack Nicholson quem estava interpretando Costello, o chefão da máfia irlandesa em Boston. Entretanto, os cagoetes que sempre o acompanham em suas "brilhantes" atuações cresceram de intensidade até a mudança, quando Jack Nicholson passou do mafioso meticuloso e inatacável para o Jack Nicholson paranóico e louco de sempre, com seus cabelos desgrenhados, cara de nojo constante, olhar de peixe morto etc & tal.
Os infiltrados do título são Matt Damon (com a cara de bunda de sempre), o infiltrado do mal na polícia estadual, e Leonardo diCaprio (numa interpretação muito boa), o infiltrado do bem no bando de Costello. Destaco quem realmente merece: Martin Sheen (chefe do departamento de infiltrados da polícia), Mark Wahlberg (seu assistente) e, acredite se quiser, Alec Baldwin (que faz infinitamente melhor o papel de pateta do que o do "macho fodão com voz rouca"). Esses três últimos estão em papéis minúsculos, porém, são imprescindíveis à trama e, simplesmente, arrasam.
A parte boa já foi dita. A parte ruim começa quando Jack Nickolson começa a ficar paranóico com a idéia de que há um infiltrado em seu bando e começa a ficar descuidado (ou auto-confiante demais). Numa negociação de heroína, ele é "pego" numa cena tão meia boca que quase jogou no lixo o que eu já tinha visto antes. A merda já tinha começado antes, quando a evidência de um crime, ainda com o sangue da vítima, é utilizado de forma grosseira pelo infiltrado do mal. Do outro lado, o infiltrado do bem, que já estava se fazendo passar por outra pessoa há um ano, cai na coversa do infiltrado do mal de forma pueril.
O que vem depois consegue ser ainda pior. Depois de tudo isso, tem toda uma série de reviravoltas, com às vezes o "bem" vencendo para depois o "mal" levar. No final, dá empate técnico e o desfile de corpos chega a 6. É uma morte atrás da outra sem o menor "desenvolvimento" (se é que dá para se ter algum tipo de "desenvolvimento" para a vingança). Violência devidamente pensada para dizer "é assim que machos resolvem seus problemas na América"? Talvez. Ainda prefiro velho "o bem vem o mal colocando-o atrás das grades".
Mas bem que poderíamos ter sido poupados desses últimos 30 minutos, né Marty?
B
The Departed (Martin Scorsese, EUA, 2006)
Quando: Fevereiro/07 (Multiplex Boa Vista)
Site Oficial: www.thedeparted.warnerbros.com
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