Tudo sobre a minha mãe, versão irlandesa.

Não, esse filme não tem nada a ver com Tudo Sobre Minha Mãe (Todo Sobre mi Madre, 99), é apenas um jogo de palavras para definir a obsessão de Patrick "Kitten" Braden, o/a protagonista da história.
Patrick foi deixado pela sua mãe na porta da sacristia de uma pequena cidade do interior da Irlanda. Adotado por uma família que mais tarde se arrependeu de tê-lo feito pela constante vontade de Patrick em vestir roupas femininas e em não fazer "o que meninos deveriam fazer", ele acaba criando um mundo particular para fugir dessa realidade. Nesse mundo imaginário, sua mãe se torna a "Dama Fantasma", que foi para Londres, a cidade que nunca pára, e foi engolida por ela.
Um dia, cansado de sua vida, decide sair de casa e ir procurar sua mãe. Na estrada, pede carona à uma banda de rock e se torna uma groopie, com direito a um affair com o vocalista da banda. As coisas não dão muito certo para os dois e então, ele decide ir atrás de sua mãe em Londres.
Na "cidade que nunca pára", ele se encontra com vários personagens pitorescos. Um deles é Bertie, interpretado por Stephen Rea. Bertie é um ilusionista chinfrim e o convida para participar de seus shows. Num dado momento, num pear, Bertie começa a se declarar a Patrick, que o interrompe. Ele precisa revelar um "segredo". Todo constrangido, ele diz que não era uma mulher. Recebe como resposta "I know that". Fui imediatamente lançado para Traídos Pelo Desejo, numa cena com o mesmo tipo de "revelação". Só que naquele filme, Stephen Rea não sabia...
Até então, eu achava o filme confuso, uma sucessão de idas e vindas, gente entrando, gente saindo... Estava começando a ficar entediado. Tudo mudou depois que Patrick foi à uma boate apinhada de soldados britânicos. Como eram os anos 70, o IRA explode a boate e a culpa recai sobre o transexual irlandês. Depois de uma semana apanhando para que confessasse sua participação no atentado, ele é solto por falta de provas. Mas ele não quer ir. Foi aí que eu percebi qual era a essência do filme: Patrick não buscava a mãe, Patrick buscava algum sentido para a sua vida. Ele buscava algo a que pertencer, um grupo, um amor, qualquer coisa.
E chega. Se eu contar o que acontece depois, estragarei a festa de quem ainda não viu o filme. Uma outra cena fundamental, magistralmente realizada, tem Patrick a balançar candidamente numa cabine de peep show dialogando com a pessoa por trás da parede. A partir dessa cena, Patrick, que chegou a se prostituir antes de conhecer essa "cooperativa de garotas" do peep-show, decide dar a volta por cima, rumo ao happy end.
Caso ainda não tenha se decidido se vale a pena ver o filme ou não, tem também a trilha sonora e sobre ela eu tenho um único comentário: tem uma música de Marianne Faithfull (Madame George).
B+Breakfast on Pluto (Neil Jordan, ING/IRL, 2005)
Quando: Outubro/06 (Cinema da Fundação)
Site Oficial: www.sonyclassics.com/breakfastonpluto
Patrick foi deixado pela sua mãe na porta da sacristia de uma pequena cidade do interior da Irlanda. Adotado por uma família que mais tarde se arrependeu de tê-lo feito pela constante vontade de Patrick em vestir roupas femininas e em não fazer "o que meninos deveriam fazer", ele acaba criando um mundo particular para fugir dessa realidade. Nesse mundo imaginário, sua mãe se torna a "Dama Fantasma", que foi para Londres, a cidade que nunca pára, e foi engolida por ela.
Um dia, cansado de sua vida, decide sair de casa e ir procurar sua mãe. Na estrada, pede carona à uma banda de rock e se torna uma groopie, com direito a um affair com o vocalista da banda. As coisas não dão muito certo para os dois e então, ele decide ir atrás de sua mãe em Londres.
Na "cidade que nunca pára", ele se encontra com vários personagens pitorescos. Um deles é Bertie, interpretado por Stephen Rea. Bertie é um ilusionista chinfrim e o convida para participar de seus shows. Num dado momento, num pear, Bertie começa a se declarar a Patrick, que o interrompe. Ele precisa revelar um "segredo". Todo constrangido, ele diz que não era uma mulher. Recebe como resposta "I know that". Fui imediatamente lançado para Traídos Pelo Desejo, numa cena com o mesmo tipo de "revelação". Só que naquele filme, Stephen Rea não sabia...
Até então, eu achava o filme confuso, uma sucessão de idas e vindas, gente entrando, gente saindo... Estava começando a ficar entediado. Tudo mudou depois que Patrick foi à uma boate apinhada de soldados britânicos. Como eram os anos 70, o IRA explode a boate e a culpa recai sobre o transexual irlandês. Depois de uma semana apanhando para que confessasse sua participação no atentado, ele é solto por falta de provas. Mas ele não quer ir. Foi aí que eu percebi qual era a essência do filme: Patrick não buscava a mãe, Patrick buscava algum sentido para a sua vida. Ele buscava algo a que pertencer, um grupo, um amor, qualquer coisa.
E chega. Se eu contar o que acontece depois, estragarei a festa de quem ainda não viu o filme. Uma outra cena fundamental, magistralmente realizada, tem Patrick a balançar candidamente numa cabine de peep show dialogando com a pessoa por trás da parede. A partir dessa cena, Patrick, que chegou a se prostituir antes de conhecer essa "cooperativa de garotas" do peep-show, decide dar a volta por cima, rumo ao happy end.
Caso ainda não tenha se decidido se vale a pena ver o filme ou não, tem também a trilha sonora e sobre ela eu tenho um único comentário: tem uma música de Marianne Faithfull (Madame George).
B+Breakfast on Pluto (Neil Jordan, ING/IRL, 2005)
Quando: Outubro/06 (Cinema da Fundação)
Site Oficial: www.sonyclassics.com/breakfastonpluto
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