Recomendável para todos que acreditam no destino e no amor, sem medo de ser piegas.
Comédias românticas para adolescentes acéfalos têm sempre o mesmo roteiro: os protagonistas se conhecem e desenvolvem um ódio mútuo para depois descobrirem que se amam, mas nesse momento, "algo" não deixa. Eles lutarão contra essa barreira até o final do filme, quando serão felizes para sempre.
Acontece que esse filme não é uma comédia romântica para adolescentes acéfalos.
Tudo começa quando Kate se muda de sua antiga casa, que ficava sobre um lago, e deixa uma carta na caixa de correio para o novo inquilino. Acontece que quem recebe a carta é Alex, o antigo inquilino, que morou naquela casa dois anos antes.
A barreira, nesse caso, não é física. Eles não moram em costas opostas dos EUA como Tom Hanks e Meg Ryan em Sintonia do Amor (93), que eu considero um filme legal, mesmo sendo piegas. Dois anos os separam. Como transpor essa barreira?
A troca de correspondência continua e a caixa de correios da casa do lago é o elo de ligação. Outra "coisa" em comum aos dois é a cadela "Jack", que mora atualmente com Kate e que também morou... ou morava.... ou morará... (ah, deixa para lá) com Alex. Ele faz um roteiro turístico para ela. Ela deseja que ele estivesse lá. Ele escreve um recado para ela num muro.
Eles acabam se tornando íntimos, começam a ter uma espécie de relacionamento e num dado momento, Kate pede para Alex pegar um livro que era muito importante para ela e que tinha esquecido numa estação de trem. O livro era "Persuasion", de Jane Austin. Se eu me lembro bem da história, é sobre um casal que vive se desencontrando ao longo dos anos, algo sempre os impede de ficarem juntos e não consigo me lembrar se no final eles acabam "felizes para sempre". Está aí a essência do filme.
Essa história é contada pela própria Kate ao próprio Alex, no terraço da casa do namorado dela, na foto que ilustra essa resenha. Ele sabe quem ela é, mas ela não. Para ela, foi nesse dia que ela dançou e beijou "um estranho" em sua festa de aniversário.
O "diálogo" entre os dois ao longo do tempo é sempre afiado e a "química" é sempre ótima, sobrevive até mesmo à uma pequena discussão, quando ela diz que ele deveria ter dito à ela quem ele era no aniversário dela. Confuso? Idas e vindas se suscedem, você fica um pouco desesperado tentando linearizar a história, tentanto entender, mas da mesma forma que eu consegui abstrair uma mancha enorme no canto da tela provocada por uma sujeira no projetor, eu já tinha me esquecido do "pequeno detalhe" deles moram em anos diferentes. Inês já era morta: já tinha embarcado na onda do filme.
Destaque também para Christopher Plummer, pai de Alex, e Shohreh Aghdashloo, supervisora de Kate no hospital, que já foi esposa de Ben Kingsley em A Casa de Areia e Névoa (03) e também esposa, mas dessa vez de um terrorista, na quarta temporada de 24 Horas. Infelizmente, eles aparecem pouco e estão sempre ótimos, mas afinal de contas, o filme não é sobre eles.
A partir de agora, vou comentar algumas cenas-chaves que talvez possam estragar a sua surpresa caso decida assistir ao filme. Até aqui, acredito que você já tem elementos suficientes para decidir ir vê-lo ou não. Continue por sua própria conta e risco.
Perto do final, Kate pisa em falso no quarto de seu apartamento, descobre uma tábua solta no piso e lá dentro encontra o livro "Persuasion". Ainda não descobri se é o mesmo livro que Alex pegou ou se é um outro (provavelmente é o mesmo livro), mas o que importa é que isso é mais uma pista que o destino dá a Kate para dizer como ele quer que as coisas sejam, não adianta ela lutar contra ele.
Eu acredito que em algum lugar há alguém que está passando pelos mesmos perrengues que eu, sem saber quem eu sou. Talvez eu saiba quem ele é, provavelmente a gente já deve ter se encontrado por aí anonimamente. Um dia, a gente vai se (re)encontrar. Não acredito em contos de fadas do tipo "e viveram felizes para sempre", mas eu acredito em destino. Acredito em duas pessoas que têm os mesmos objetivos em comum e que estão predestinadas a perseguí-los juntos a partir de um dia qualquer. A "química", então, surge "naturalmente".
E o que o destino reservou para os dois? Bem... ele dá outra pista de suas inteções à Kate quando ela vai justamente à uma firma de arquitetos do irmão de Alex. Depois dessa cena, forte, ela vai para a casa do lago. Ao pé da caixa de correio, ela começa a rezar por um milagre. Ela finalmente entendeu!
Vai... você já sabe o que acontece, porque o final não é nada original. Chega a ser piegas, admito, mas eu já estava me afogando em lágrimas e como poeta e a cantora já escreveram e cantaram que não há cartas de amor ridículas, então, não há finais ridículos em filmes de amor. Mesmo depois de um dia, eu ainda estou remoendo as idéias desse filme (e se eu bem me conheço, ainda vou ficar assim por um boooom tempo).
AThe Lake House (Alejandro Agresti, EUA, 2006)
Quando: setembro/06 (UCI Recife)
Site Oficial: www.acasadolago.com.br

Comédias românticas para adolescentes acéfalos têm sempre o mesmo roteiro: os protagonistas se conhecem e desenvolvem um ódio mútuo para depois descobrirem que se amam, mas nesse momento, "algo" não deixa. Eles lutarão contra essa barreira até o final do filme, quando serão felizes para sempre.
Acontece que esse filme não é uma comédia romântica para adolescentes acéfalos.
Tudo começa quando Kate se muda de sua antiga casa, que ficava sobre um lago, e deixa uma carta na caixa de correio para o novo inquilino. Acontece que quem recebe a carta é Alex, o antigo inquilino, que morou naquela casa dois anos antes.
A barreira, nesse caso, não é física. Eles não moram em costas opostas dos EUA como Tom Hanks e Meg Ryan em Sintonia do Amor (93), que eu considero um filme legal, mesmo sendo piegas. Dois anos os separam. Como transpor essa barreira?
A troca de correspondência continua e a caixa de correios da casa do lago é o elo de ligação. Outra "coisa" em comum aos dois é a cadela "Jack", que mora atualmente com Kate e que também morou... ou morava.... ou morará... (ah, deixa para lá) com Alex. Ele faz um roteiro turístico para ela. Ela deseja que ele estivesse lá. Ele escreve um recado para ela num muro.
Eles acabam se tornando íntimos, começam a ter uma espécie de relacionamento e num dado momento, Kate pede para Alex pegar um livro que era muito importante para ela e que tinha esquecido numa estação de trem. O livro era "Persuasion", de Jane Austin. Se eu me lembro bem da história, é sobre um casal que vive se desencontrando ao longo dos anos, algo sempre os impede de ficarem juntos e não consigo me lembrar se no final eles acabam "felizes para sempre". Está aí a essência do filme.
Essa história é contada pela própria Kate ao próprio Alex, no terraço da casa do namorado dela, na foto que ilustra essa resenha. Ele sabe quem ela é, mas ela não. Para ela, foi nesse dia que ela dançou e beijou "um estranho" em sua festa de aniversário.
O "diálogo" entre os dois ao longo do tempo é sempre afiado e a "química" é sempre ótima, sobrevive até mesmo à uma pequena discussão, quando ela diz que ele deveria ter dito à ela quem ele era no aniversário dela. Confuso? Idas e vindas se suscedem, você fica um pouco desesperado tentando linearizar a história, tentanto entender, mas da mesma forma que eu consegui abstrair uma mancha enorme no canto da tela provocada por uma sujeira no projetor, eu já tinha me esquecido do "pequeno detalhe" deles moram em anos diferentes. Inês já era morta: já tinha embarcado na onda do filme.
Destaque também para Christopher Plummer, pai de Alex, e Shohreh Aghdashloo, supervisora de Kate no hospital, que já foi esposa de Ben Kingsley em A Casa de Areia e Névoa (03) e também esposa, mas dessa vez de um terrorista, na quarta temporada de 24 Horas. Infelizmente, eles aparecem pouco e estão sempre ótimos, mas afinal de contas, o filme não é sobre eles.
A partir de agora, vou comentar algumas cenas-chaves que talvez possam estragar a sua surpresa caso decida assistir ao filme. Até aqui, acredito que você já tem elementos suficientes para decidir ir vê-lo ou não. Continue por sua própria conta e risco.
Perto do final, Kate pisa em falso no quarto de seu apartamento, descobre uma tábua solta no piso e lá dentro encontra o livro "Persuasion". Ainda não descobri se é o mesmo livro que Alex pegou ou se é um outro (provavelmente é o mesmo livro), mas o que importa é que isso é mais uma pista que o destino dá a Kate para dizer como ele quer que as coisas sejam, não adianta ela lutar contra ele.
Eu acredito que em algum lugar há alguém que está passando pelos mesmos perrengues que eu, sem saber quem eu sou. Talvez eu saiba quem ele é, provavelmente a gente já deve ter se encontrado por aí anonimamente. Um dia, a gente vai se (re)encontrar. Não acredito em contos de fadas do tipo "e viveram felizes para sempre", mas eu acredito em destino. Acredito em duas pessoas que têm os mesmos objetivos em comum e que estão predestinadas a perseguí-los juntos a partir de um dia qualquer. A "química", então, surge "naturalmente".
E o que o destino reservou para os dois? Bem... ele dá outra pista de suas inteções à Kate quando ela vai justamente à uma firma de arquitetos do irmão de Alex. Depois dessa cena, forte, ela vai para a casa do lago. Ao pé da caixa de correio, ela começa a rezar por um milagre. Ela finalmente entendeu!
Vai... você já sabe o que acontece, porque o final não é nada original. Chega a ser piegas, admito, mas eu já estava me afogando em lágrimas e como poeta e a cantora já escreveram e cantaram que não há cartas de amor ridículas, então, não há finais ridículos em filmes de amor. Mesmo depois de um dia, eu ainda estou remoendo as idéias desse filme (e se eu bem me conheço, ainda vou ficar assim por um boooom tempo).
AThe Lake House (Alejandro Agresti, EUA, 2006)
Quando: setembro/06 (UCI Recife)
Site Oficial: www.acasadolago.com.br
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