
História verídica de Aaron Ralston, aventureiro solitário (e um tanto quanto misantropo), que ficou com o seu braço preso por uma rocha durante 127 horas, até que ele teve que amputá-lo para poder sobreviver.
Danny Boyle é um diretor bastante criticado por suas firulas e excessos na edição. Bem, antes de considerá-los como "defeitos", prefiro encará-los como características.
Apesar da trama linear [em contraponto, por exemplo, a Quem Quer ser Milionário? (09)], o drama das tentantivas fracassadas de Aaron de se libertar é entrecortado com cenas de sua infância, o desejo ardente pelo isotônico que deixou no carro quando sua água acaba, sua punição por ter esquecido seu canivete suíço, a ironia de ter sua mochila um canivete Made in China (que não corta nada) que ganhou da mãe e por aí vai. Da mesma forma, os "momentos mortos" de Aaron e a pedra são quebrados pela fúria, pelo medo e pelas alucinações.
Portanto, o filme não seria possível sem essas estripulias Dannyboyliana e, claro, a James Franco, o que fez valer sua indicação ao Oscar e prova (se é que ainda é preciso) que ele não é apenas o rostinho bonito que veio ao grande público após a trilogia do Homem-Aranha.
A trilha sonora também segue o padrão Danny Boyle e o excesso, novamente desnecessário [(assim como o "5º elemento" de Sunshine (07)], é o grafismo explícito da amputação (com direito à radiografia do osso do braço ao ser quebrado) e a posterior sangreira (o que deixa a boca de James Franco como a de um vampiro após um banquete). É o momento mais tenso do filme, sem dúvida, mas logo após, há a redenção (o que não pode faltar num filme de superação), com uma belíssima música de encerramento (melhor do que a que concorreu ao Oscar, que aparece nos créditos finais).
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