Muito barulho (muito mesmo) por muito pouco.
Há méritos em 300, a graphic novel. A graphic novel original tem um visual apuradíssimo. E só. O filme também tem visuais bem elaborados. E só. 300, o filme, é "simplesmente" um filme exagerado. Exagerado no hype em torno dele e exagerado no não desenvolvimento dos personagens (eles são assim e pronto, aceite-os). O exagero dos grunhidos de Leonidas no campo de batalha é acompanhado pela exagero da trilha sonora bizonha e ruidosa. Na falta de um roteiro, exagere-se na utilização de "frases-feitas de efeito": This is not madness. This is.... Spartaaaaaaaaaa!. Exagere-se também no recurso da câmera lenta, nas coreografias e na "macheza" dos soldados espartanos. "Ele não disse adeus, porque isso significaria um sinal de fraqueza". Cadê o meu saco de vômito?
300, o filme, é também um filme contraditório. Homoerótico ao extremo, é igualmente homofóbico ao extreno. Se os "pederastas filósofos de Atenas", "ousaram" não se curvarem diante de persas, é óbvio que os "machos" de Esparta não poderia fazer diferente. Os espartanos lutam contra a "tirania" do persa Xerxes, mas eles não são nem um pouco tirânicos ao se dizerem melhores do que todos os demais povos, ao descartarem os "defeituosos", ao serem aversos a tudo o que não é "espartano" e ao terem um rei, ao invés dos pederastas atenieneses que tinham uma democracia na época.
Claro que eu não poderia deixar de falar sobre Rodrigo Santoro. Ele não apenas encarna uma drag queen num carro alegórico como ele também está exagerado no papel "passivona lôka para dar o edi". Eu já estava me segurando para não rir quando ele apareceu pela primeira vez e não agüentei quando chegou a hora em que ele coloca as mãos atrás de Leônidas e diz que não era o seu chicote que seus súditos temiam. Como eu disse anteriormente, homoerótico e homofóbico ao extremo. Verdade seja dita, sua atuação é a melhor do filme, "fechando" todas as cenas em que aparece (acho que são apenas 4 ou 5). Pena que o roteiro que lhe foi entregue é tão tosco e limitado.
Como 300, a graphic novel, é do mesmo autor de Sin City, Frank Miller, acho que posso comparar as duas adaptações cinematográficas. Só há uma coisa a dizer: Jack Snyder vai ter que comer muito feijão com arroz para chegar a ser comparado ao dedo mindinho de Robert Rodriguez.
O que foi aquela cena final do rei Leônidas à la Jesus Cristo? É muita merda num filme só. Como diria Shakespeare, much ado about nothing.
C
300 (Jack Snyder, EUA, 2007)
Quando: Março/07 (UCI Recife)
Site Oficial: 300themovie.warnerbros.com
Há méritos em 300, a graphic novel. A graphic novel original tem um visual apuradíssimo. E só. O filme também tem visuais bem elaborados. E só. 300, o filme, é "simplesmente" um filme exagerado. Exagerado no hype em torno dele e exagerado no não desenvolvimento dos personagens (eles são assim e pronto, aceite-os). O exagero dos grunhidos de Leonidas no campo de batalha é acompanhado pela exagero da trilha sonora bizonha e ruidosa. Na falta de um roteiro, exagere-se na utilização de "frases-feitas de efeito": This is not madness. This is.... Spartaaaaaaaaaa!. Exagere-se também no recurso da câmera lenta, nas coreografias e na "macheza" dos soldados espartanos. "Ele não disse adeus, porque isso significaria um sinal de fraqueza". Cadê o meu saco de vômito?
300, o filme, é também um filme contraditório. Homoerótico ao extremo, é igualmente homofóbico ao extreno. Se os "pederastas filósofos de Atenas", "ousaram" não se curvarem diante de persas, é óbvio que os "machos" de Esparta não poderia fazer diferente. Os espartanos lutam contra a "tirania" do persa Xerxes, mas eles não são nem um pouco tirânicos ao se dizerem melhores do que todos os demais povos, ao descartarem os "defeituosos", ao serem aversos a tudo o que não é "espartano" e ao terem um rei, ao invés dos pederastas atenieneses que tinham uma democracia na época.
Claro que eu não poderia deixar de falar sobre Rodrigo Santoro. Ele não apenas encarna uma drag queen num carro alegórico como ele também está exagerado no papel "passivona lôka para dar o edi". Eu já estava me segurando para não rir quando ele apareceu pela primeira vez e não agüentei quando chegou a hora em que ele coloca as mãos atrás de Leônidas e diz que não era o seu chicote que seus súditos temiam. Como eu disse anteriormente, homoerótico e homofóbico ao extremo. Verdade seja dita, sua atuação é a melhor do filme, "fechando" todas as cenas em que aparece (acho que são apenas 4 ou 5). Pena que o roteiro que lhe foi entregue é tão tosco e limitado.
Como 300, a graphic novel, é do mesmo autor de Sin City, Frank Miller, acho que posso comparar as duas adaptações cinematográficas. Só há uma coisa a dizer: Jack Snyder vai ter que comer muito feijão com arroz para chegar a ser comparado ao dedo mindinho de Robert Rodriguez.
O que foi aquela cena final do rei Leônidas à la Jesus Cristo? É muita merda num filme só. Como diria Shakespeare, much ado about nothing.
C
300 (Jack Snyder, EUA, 2007)
Quando: Março/07 (UCI Recife)
Site Oficial: 300themovie.warnerbros.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário