Mais uma prova de como um diretor (e/ou um roteirista) consegue(m) cagar numa boa idéia.

Minha relação com os X-Men tem mais de 20 anos e desde sempre eu sonhava com sua adaptação para o cinema. Minhas preces foram ouvidas com X-Men (00), cujo maior pecado foi a grande quantidade de atores com interpretações pífias, impossibilitando qualquer tentativa de melhor desenvolvimento de seus personagens no tempo proposto pelo filme. Quando X-Men 2 (03) foi lançado, não havia mais essa preocupação de apresentá-los ao público e houve um certo amadurecimento de alguns atores. Resultado: um filme maravilhoso com toda a essência dos X-Men, que pode muito bem ser transposto para outros "grupos" discriminados por serem "diferentes".
Logo no começo desse, já comecei a ter calafrios com a visão de um professor Xavier andando ao lado de Magneto, mas respirei fundo, afinal de contas, A Fênix Negra é, ao lado de Dias de Um Futuro Esquecido (que é reproduzido na seqüência seguinte do filme), uma das melhores sagas que ocorreram no universo quadrinístico mutante.
Um dos maiores pedidos dos fãs é que seu mutante favorito esteja na telona e eles foram mais do que agraciados nessa seqüência, pois há mutantes para todos os gostos. Na verdade, há uma verdadeira superpopulação deles, agora mais aceitos na sociedade do que nos filmes anteriores. O porém é que justamente essa superpopulação não deixa espaço para um maior aprofundamento individual e vários mutantes entram e saem de cena na mesma velocidade que um clipe da MTV. Não bastasse essa confusão, o roteiro, ao decidir seguir dois temas principais, não consegue se aprofundar em nenhum deles.
A grata surpresa foi Famke Jansen/Fênix, que apesar de ter sido uma das mais fracas atrizes nos dois anteriores, ela está aqui em seu melhor momento (e convencendo!). Por outro lado, sir Ian McKellen/Magneto e Patrick Stewart/Professor Xavier devem ter feito as piores atuações de suas carreiras, algo pelo qual se envergonharão pelo resto de suas vidas. Halle Berry/Tempestade ganha "desenvolvimento", mas ainda não foi dessa vez que ela provou porque ganhou o Oscar. Wolverine nunca foi dos meus personagens preferidos e aqui seu intérprete faz uso de seus bíceps avantajados e torso seminu. Se a mesma "técnica de interpretação" já não tinha dado certo em Van Helsing (04), aqui não seria diferente.
Mas nem tudo está perdido, pois a cena final, aonde a Fênix surge em toda a sua plenitude, vale o ingresso, o que não vale é a frase que o personagem de sir Ian McKellen é obrigado a dizer: um "What have I done?" tão tosco que ele bem que poderia ter sido poupado de tanta humilhação.
Nós também.
B-
X-Men: The Last Stand (Brett Ratner, EUA, 2006)
Quando: mai/06 (UCI Recife)
Site Oficial: www.xmen-oconfrontofinal.com.br
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