Um filme de guerra... sem um único tiroteiro.
Impossível não fazer a associação imediata desse filme com Nascido Para Matar (87). Porém, Sam Mendes não é Stanley Kubrick e a Guerra do Golfo não é a Guerra do Vietnã. Dito isto, vamos às impressões.
O filme, também dividido em duas partes, começa com o "herói" acima contando a sua história duranteo treinamento a lavagem cerebral. Concebido durante a Guerra do Vietnã, num quarto de um hotel em Hanói, logo descobrimos que já que ele não conseguiu chegar à universidade, não lhe restou opção a não ser o exército.
Transcorre o treinamento, com cenas engraçadinhas e temos o corte para a cena antológica dos helicópteros cavalgando com as valquírias de Apocalipse Now (79). Logo depois descobrimos que o filme dentro do filme era visto pelos mariners num momento de folga dos treinamentos de forma orgásmica. Fim dessa primeira parte. Agora eles finalmente teriam o que queriam: guerra.
Porém, havia algo errado. Eles foram "treinados" para atirar, já carregavam no sangue a sanha de matar, mas ao chegarem no golfo, tiveram como missão... guardar poços de petróleo da Arábia Saudita. Quando a guerra finalmente começa, eles são obrigados a aguardar, pois os aviões da guerra de videogame tinham prioridade.
Lembro-me da época da guerra em questão (1991), em que discutíamos (ou melhor, os professores monologavam e nós, em processo de lobotomização pré-vestibular, absorvíamos, nem que fosse por osmose) sobre o belicismo intrínseco nos genes dos estadunidentes, já que seu país, criado após uma guerra civil [onde o filme O Patriota (00) é um bom exemplo], contava, até então, com 6 guerras em seu currículo (contra o México, onde anexaram o Texas e a Califórnia, contra a Espanha, onde anexaram a Flórida, Porto Rico, Havaí e as Filipinas, as duas guerras mundiais, a da Coréia e a do Vietnam). Depois, vieram duas invasões: Afeganistão (2002) e Iraque (2003).
Sam Mendes já foi bem mais ácido ao criticar a classe média estadunidense em Beleza Americana (99), mas esse filme serve ao seu propósito: o de criticar o país do belicismo genético numa era onde as guerras são decididas em salas com ar condicionado e executadas com "precisão cirúrgica" (se bem que, "às vezes", a precisão não é tão cirúrgica assim) por pilotos em seus jatos supersônicos.
B
Jarhead (Sam Mendes, EUA, 2005)
Quando: Jan/06 (Box Manaíra)
Site Oficial: www.jarheadmovie.com

Impossível não fazer a associação imediata desse filme com Nascido Para Matar (87). Porém, Sam Mendes não é Stanley Kubrick e a Guerra do Golfo não é a Guerra do Vietnã. Dito isto, vamos às impressões.
O filme, também dividido em duas partes, começa com o "herói" acima contando a sua história durante
Transcorre o treinamento, com cenas engraçadinhas e temos o corte para a cena antológica dos helicópteros cavalgando com as valquírias de Apocalipse Now (79). Logo depois descobrimos que o filme dentro do filme era visto pelos mariners num momento de folga dos treinamentos de forma orgásmica. Fim dessa primeira parte. Agora eles finalmente teriam o que queriam: guerra.
Porém, havia algo errado. Eles foram "treinados" para atirar, já carregavam no sangue a sanha de matar, mas ao chegarem no golfo, tiveram como missão... guardar poços de petróleo da Arábia Saudita. Quando a guerra finalmente começa, eles são obrigados a aguardar, pois os aviões da guerra de videogame tinham prioridade.
Lembro-me da época da guerra em questão (1991), em que discutíamos (ou melhor, os professores monologavam e nós, em processo de lobotomização pré-vestibular, absorvíamos, nem que fosse por osmose) sobre o belicismo intrínseco nos genes dos estadunidentes, já que seu país, criado após uma guerra civil [onde o filme O Patriota (00) é um bom exemplo], contava, até então, com 6 guerras em seu currículo (contra o México, onde anexaram o Texas e a Califórnia, contra a Espanha, onde anexaram a Flórida, Porto Rico, Havaí e as Filipinas, as duas guerras mundiais, a da Coréia e a do Vietnam). Depois, vieram duas invasões: Afeganistão (2002) e Iraque (2003).
Sam Mendes já foi bem mais ácido ao criticar a classe média estadunidense em Beleza Americana (99), mas esse filme serve ao seu propósito: o de criticar o país do belicismo genético numa era onde as guerras são decididas em salas com ar condicionado e executadas com "precisão cirúrgica" (se bem que, "às vezes", a precisão não é tão cirúrgica assim) por pilotos em seus jatos supersônicos.
B
Jarhead (Sam Mendes, EUA, 2005)
Quando: Jan/06 (Box Manaíra)
Site Oficial: www.jarheadmovie.com
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