Um gorila, uma atriz e uma história de amor diferente.
Acho melhor começar pelo ponto negativo do filme, sua desnecessária duração de intermináveis três horas e sete minutos.
O início do filme é de babar com a reconstituição da Nova York dos anos 30, sob o reinado da art déco, que dá as suas caras já nos créditos iniciais. Jack Black, o vilão da história, começa engraçadinho, mas até o final você optará por odiá-lo por todos os atos politicamente incorretos que ele empreenderá. Sobre Naomi Watts, o que posso dizer? Estou ainda mais apaixonado pela moça e esse sentimento me impede de tecer um comentário racional (mas acho que é proposital do diretor, pois ela está estupidamente deslumbrante, roubando toda cena que participa, principalmente aquela do camarim, quando King Kong já está em NY). A grata surpresa foi a aparição de Kyle Chandler como Bruce Baxter, o protagonista do filme dentro do filme. O ex-Gary Hobson da antiga série Early Edition (96-00).
Pelo que pude pesquisar na internet, essa refilmagem é bastante fiel ao original de 1933 e só por esse motivo ele recebeu uma melhor conceituação, pois aquele remendo de Jurassic Park no meio do filme é de amargar. Somente lá seria possível cortar uns 30 minutos desnecessários.
O que salva essa cena toda foi o processo da bela se apaixonar pela fera, pois essa última salva a primeira de três tiranossauros ao mesmo tempo e com apenas uma mão! Agora me diga: que mulé não se apaixonaria por um macho assim?
Como ponto positivo há a paixão entre eles, retratada de forma tão verossível que você começa a torcer pelos dois! Depois, o de praxe: ela é resgatada e ele é aprisionado e trazido para ser atração principal da cidade grande. (nesse momento você já se transveste no velhido das bengaladas de José Dirceu e tem ganas de fazer o mesmo com o personagem de Jack Black)
Há furos no roteiro, como o sumiço dos habitantes da ilha e, depois de levar dentadas e mais dentadas de três T-Rex, um simples arpão na pata derruba o Kong. Há também o fato de ser inverno e Ann Darrow fechar (literalmente) a rua "deserta" num vestido de gala, com os ombros à mostra (licença poética?). Mas há o passeio e a dança dos pombinhos pelo lago congelado que me contagiou e me fez esquecer tudo isso. Infelizmente, os militares aparecem, estragam a festa dos dois e chegamos à cena final no Empire State Building, o símbolo máximo da art déco.
Aí vem a pior parte, pois você sabe que o mocinho morre no final, que o casal será separado. A agonia de sentir o fim trágico se aproximar toma conta. É angustiante a expressão de impotência de Naomi quando os dois estão no topo do edifício, sem conseguir pensar numa saída, totalmente sem esperança de um final feliz. Enfim, chega a hora dela se despedir dele. (agora eu contaria a cena mais forte do filme, mas não estragarei a surpresa de quem ainda não assistiu. São 5 ou 10 segundos que abalam)
Fim.

Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty that killed the beast
Quando era pequeno, a primeira refilmagem de King Kong me abalou. É a lembrança mais antiga que tenho da cidade de Nova York e das torres gêmeas. Também me lembro que saí do cinema aos prantos. Mas eu era uma criança e agora eu tenho quase 32. Dessa vez... bem... abafemos esse caso também.
B
King Kong (Peter Jackson, EUA, 2005)
Quando: Dezembro/05 (Box Manaíra)
Site Oficial: www.kingkong.com
O início do filme é de babar com a reconstituição da Nova York dos anos 30, sob o reinado da art déco, que dá as suas caras já nos créditos iniciais. Jack Black, o vilão da história, começa engraçadinho, mas até o final você optará por odiá-lo por todos os atos politicamente incorretos que ele empreenderá. Sobre Naomi Watts, o que posso dizer? Estou ainda mais apaixonado pela moça e esse sentimento me impede de tecer um comentário racional (mas acho que é proposital do diretor, pois ela está estupidamente deslumbrante, roubando toda cena que participa, principalmente aquela do camarim, quando King Kong já está em NY). A grata surpresa foi a aparição de Kyle Chandler como Bruce Baxter, o protagonista do filme dentro do filme. O ex-Gary Hobson da antiga série Early Edition (96-00).
Pelo que pude pesquisar na internet, essa refilmagem é bastante fiel ao original de 1933 e só por esse motivo ele recebeu uma melhor conceituação, pois aquele remendo de Jurassic Park no meio do filme é de amargar. Somente lá seria possível cortar uns 30 minutos desnecessários.
O que salva essa cena toda foi o processo da bela se apaixonar pela fera, pois essa última salva a primeira de três tiranossauros ao mesmo tempo e com apenas uma mão! Agora me diga: que mulé não se apaixonaria por um macho assim?
Como ponto positivo há a paixão entre eles, retratada de forma tão verossível que você começa a torcer pelos dois! Depois, o de praxe: ela é resgatada e ele é aprisionado e trazido para ser atração principal da cidade grande. (nesse momento você já se transveste no velhido das bengaladas de José Dirceu e tem ganas de fazer o mesmo com o personagem de Jack Black)
Há furos no roteiro, como o sumiço dos habitantes da ilha e, depois de levar dentadas e mais dentadas de três T-Rex, um simples arpão na pata derruba o Kong. Há também o fato de ser inverno e Ann Darrow fechar (literalmente) a rua "deserta" num vestido de gala, com os ombros à mostra (licença poética?). Mas há o passeio e a dança dos pombinhos pelo lago congelado que me contagiou e me fez esquecer tudo isso. Infelizmente, os militares aparecem, estragam a festa dos dois e chegamos à cena final no Empire State Building, o símbolo máximo da art déco.
Aí vem a pior parte, pois você sabe que o mocinho morre no final, que o casal será separado. A agonia de sentir o fim trágico se aproximar toma conta. É angustiante a expressão de impotência de Naomi quando os dois estão no topo do edifício, sem conseguir pensar numa saída, totalmente sem esperança de um final feliz. Enfim, chega a hora dela se despedir dele. (agora eu contaria a cena mais forte do filme, mas não estragarei a surpresa de quem ainda não assistiu. São 5 ou 10 segundos que abalam)
Fim.

Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty that killed the beast
Quando era pequeno, a primeira refilmagem de King Kong me abalou. É a lembrança mais antiga que tenho da cidade de Nova York e das torres gêmeas. Também me lembro que saí do cinema aos prantos. Mas eu era uma criança e agora eu tenho quase 32. Dessa vez... bem... abafemos esse caso também.
B
King Kong (Peter Jackson, EUA, 2005)
Quando: Dezembro/05 (Box Manaíra)
Site Oficial: www.kingkong.com
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