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007 - CASSINO ROYALE

O nome dele não é Bond, James Bond.


Eu estava no coro dos descontentes quando foi anunciado o novo intérprete de Bond, James Bond. O cara tem o corpo, mas não tem a beleza e muito menos o "charme" que um aspirante a James Bond demanda. Sean Connery era o charmoso-sacana; George Lazemby não conta; Roger Moore era o adepto do humor negro (e até acredito que tivesse algum charme); Timothy Dalton até hoje não disse a que veio e Pierce Brosnam, apesar de exalar seus ferormônios a quilômetros de distância, se refugiada nessa característica peculiar e no humor sarcástico.

A Guerra Fria acabou, como nos lembra a saudosista M. O mundo não pede mais machos infalíveis no cinema (apesar de Jack Bauer existir na tela pequena) e então, tiveram que reinventar o sr. Bond. Um Bond feio, porém, eficiente. Um Bond que não mede escrúpulos para conseguir o que quer, seja invadindo a embaixada de um outro país ou entrando no computador de sua própria chefe ou até mesmo fechando um acordo moralmente questionável com um espião de uma agência "concorrente". Apesar de não hesitar nesses momentos, ele é humano para duvidar de seus atos. Ele mata, mas se sente desconfortável ao limpar suas mãos cheias de sangue numa pia.

Nesse novo mundo, há novo James Bond, há novo embate. Agora não é o capitalismo contra o comunismo. É o mundo civilizado contra o terrorismo global. James Bond não poderá vencê-lo usando apenas os músculos, é preciso a cabeça. James Bond não é mais infalível. James Bond se apaixona, James Bond cai no blefe de seu oponente. James Bond sofre arranhões, tem uma parada cardíaca, carrega essas chagas ao longo do filme, mas sempre se recupera.... até que se corte novamente numa briga.

James Bond não se apresenta mais como Bond, James Bond. E sim, Daniel Craig é um bom ator.


B
Casino Royale (Martin Campbel, 2006, EUA/ING/TCH )
Quando: Agosto/07 (DVD)
Site Oficial: 007cassinoroyale.com.br

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